quarta-feira, 18 de maio de 2011

Por uma sociedade sem manicômios

Dia 18 de maio é o dia da Luta Antimanicomial. Vamos mudar a forma de atenção aos portadores de sofrimento psiquico? Aquele que você comumente chama de louco.

Abaixo texto para apreciação.



A Reforma Psiquiátrica Brasileira e a Luta Antimanicomial

por Salete Monteiro Amador
Tratar da reforma psiquiátrica brasileira requer abordar a história da psiquiatria no Brasil, bem como a sua concepção acerca da loucura.
“A história da nossa psiquiatria é a história de um processo de asilamento; é a história de um processo de medicalização social”. (Amarante, 1994:74)

Origem da Psiquiatria no Brasil
A psiquiatria surge, com a chegada da Família Real ao Brasil, com o objetivo de colocar ordem na urbanização, disciplinando a sociedade e sendo, dessa forma, compatível ao desenvolvimento mercantil e as novas políticas do século XIX.
É a partir do embasamento nos conceitos da psiquiatria européia, como degenerescência moral, organicidade e hereditariedade do fenômeno mental, que a psiquiatria brasileira intervém no comportamento considerado como desviante e inadequado às necessidades do acúmulo de capital, isolando-o e tratando-o no hospital psiquiátrico.
“O saber e o poder médicos, artificialmente, criam uma legitimidade de intervenção da classe dominante sobre os despossuídos através da nova especialidade - a psiquiatria - da nova instituição (...) o Hospital Psiquiátrico. O objeto dessa intervenção (...) o sofrimento mental - é reduzido, através de um artifício conceitual, a categoria de “doença mental”, subtraindo-se toda a complexidade de fenômenos diversos, singulares e compreensíveis no contexto da existência humana” (Feffermann et al, 200: 4)
O Manicômio, dentre outros dispositivos disciplinares igualmente complexos, atravessou séculos até os nossos dias, conformando uma sociedade disciplinar com dispositivos disciplinares complementares num processo de legitimação da exclusão e de supremacia da razão.



Os primeiros movimentos questionadores
Frente a essa realidade surgem alguns movimentos(1) que questionam essa ordem das coisas, procurando romper com a tradição manicomial brasileira, principalmente com o fim da Segunda Guerra Mundial. Todas essas experiências são locais, referidas a um ou outro serviço ou grupo e estão à margem das propostas e dos investimentos públicos efetivos. Há forte oposição exercida pelo setor privado que se expande e passa a controlar o aparelho de Estado também no campo da saúde.
Na década de 60, com a unificação dos institutos de pensões e de aposentadoria, é criado o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). O Estado passa a comprar serviços psiquiátricos do setor privado e concilia pressões sociais com o interesse de lucro por parte dos empresários. Dessa forma, cria-se uma “indústria para o enfrentamento da loucura” (Amarante, 1995:13).
Mesmo diante dessa realidade os movimentos questionadores crescem e têm como principal inspiração a experiência de Trieste, na Itália, liderada por Franco Basaglia.


A experiência de Franco Basaglia em Trieste e a repercussão no Brasil
Basaglia, em 1971, fecha os manicômios, acabando com a violência dos tratamentos e põe fim no aparelho da instituição psiquiátrica tradicional. Basaglia demonstra que é possível a constituição de uma nova forma de organização da atenção que ofereça e produza cuidados, ao mesmo tempo que produza novas formas de sociabilidade e de subjetividade para aqueles que necessitam da assistência psiquiátrica.
Em 13 de maio de 1978 foi instituída a Lei 180, de autoria de Basaglia, e incorporada à lei italiana da Reforma Sanitária, que não só proíbe a recuperação dos velhos manicômios e a construção de novos, como também reorganiza os recursos para a rede de cuidados psiquiátricos, restitui a cidadania e os direitos sociais aos doentes e garante o direito ao tratamento psiquiátrico qualificado.
Esse grande passo dado pela Itália influenciou o Brasil, fazendo ressurgir diversas discussões que tratavam da desinstitucionalização do portador de sofrimento mental, da humanização do tratamento a essas pessoas, com o objetivo de promover a reinserção social.
Na década de 70 são registradas várias denúncias quanto à política brasileira de saúde mental em relação à política privatizante da assistência psiquiátrica por parte da previdência social, quanto às condições (públicas e privadas) de atendimento psiquiátrico à população.
No Rio de Janeiro, em 1978, eclode o movimento dos trabalhadores da Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM), que faz denúncias sobre as condições de quatro hospitais psiquiátricos da DINSAM e coloca em xeque a política psiquiátrica exercida no país.

O Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental
É nesse contexto, no fim da década de 70, que surge a questão da reforma psiquiátrica no Brasil. Pequenos núcleos estaduais, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais constituem o Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM). A questão psiquiátrica é colocada em pauta:
“... tais movimentos fazem ver à sociedade como os loucos representam a radicalidade da opressão e da violência imposta pelo estado autoritário”. (Rotelli et al, 1992: 48)
A violência das instituições psiquiátricas, dessa forma, é entendida como parte de uma violência maior, cometida contra trabalhadores, presos políticos e, portanto, contra todos os cidadãos.


A relação entre a Reforma Sanitária e a Reforma Psiquiátrica
O movimento de reforma sanitária tem influência constitutiva no movimento de reforma psiquiátrica. Nos primeiros anos da década de 80 os dois movimentos se unem, ocupando os espaços públicos de poder e de tomada de decisão como forma de introduzir mudanças no sistema de saúde.
“A Proposta da Reforma Sanitária Brasileira representa, por um lado, a indignação contra as precárias condições de saúde, o descaso acumulado, a mercantilização do setor, a incompetência e o atraso e, por outro lado, a possibilidade da existência de uma viabilidade técnica e uma possibilidade política de enfrentar o problema”. (Arouca, 1988:2)
Em 1986, a 8 ª Conferência Nacional de Saúde, foi um marco para a realização desse processo, na qual o movimento “... assumiu definitivamente a bandeira da descentralização, pleiteando a criação de um sistema único de saúde universal, igualitário, participativo, descentralizado e integral”. (Conferência Nacional de Saúde, 1987 apud Paim, 1998:9)
A partir daí foram tomadas várias iniciativas para o alcance desse objetivo como a Constituição Federal Brasileira, promulgada, em 5 de outubro de 1988. Esta possui uma seção exclusiva para a questão da saúde (Art.196 a Art. 200) na qual consolida-se a universalização da assistência, a integralidade da atenção à saúde - realizada por ações de promoção, prevenção, cura e reabilitação -, o reconhecimento do direito e necessidade da participação da comunidade na gestão do sistema - através do Conselho de Saúde -, a hierarquização, a eqüidade e a descentralização do sistema - com comando único em esfera de governo.
Um modelo de atenção coerente com as diretrizes da Constituição pressupõe o fortalecimento do poder público, capacitando-o a implementar políticas de impacto articuladas e integradas nas diversas áreas, buscando melhoria na qualidade de vida. A saúde, dessa forma, passa a ser entendida de forma ampla, determinada socialmente e, portanto, como sendo fruto de políticas de governo que promovam condições adequadas de vida ao conjunto da população.
Este modelo não é viável através de uma política de Estado mínimo, mas da descentralização e da configuração de um verdadeiro poder local de caráter público e, portanto, permeável ao controle por parte da população.
Todos esses avanços foram originados pelo movimento de Reforma Sanitária. Ao mesmo tempo que o movimento de reforma psiquiátrica se articula ao de Reforma Sanitária, ele continua com suas atividades questionadoras e transformadoras.


O Movimento de Luta Antimanicomial
Na década de 80, ocorrem vários encontros(2), de preparação para a I Conferência Nacional de Saúde Mental (I CNSM), que ocorreu em 1987 e recomenda a priorização de investimentos nos serviços extra-hospitalares e multiprofissionais como oposição à tendência hospitalocêntrica.
No final de 1987 realiza-se o II Congresso Nacional do MSTM em Bauru, no qual se concretiza o Movimento de Luta Antimanicomial e é construído o lema ‘por uma sociedade sem manicômios’. Nesse congresso amplia-se o sentido político-conceitual acerca do antimanicomial.
“Enfim, a nova etapa (...) consolidada no Congresso de Bauru, repercutiu em muitos âmbitos: no modelo assistencial, na ação cultural e na ação jurídico-política. No âmbito do modelo assistencial, esta trajetória é marcada pelo surgimento de novas modalidades de atenção, que passaram a representar uma alternativa real ao modelo psiquiátrico tradicional...”(Amarante, 1995:82)
Nesta trajetória é construído o Projeto de Lei 3.657/89 , conhecido como Lei Paulo Delgado, que contém três pontos: detém a oferta de leitos manicomiais financiados com dinheiro público, redireciona os investimentos para outros dispositvos assistenciais não-manicomiais e torna obrigatória a comunicação oficial de internações feitas contra a vontade do paciente oferecendo: “(...) pela primeira vez um instrumento legal de defesa dos direitos civis dos pacientes”.(Bezerra, 1992: 36)
Em 1990, a conferência ‘Reestruturación de la Atención Psiquiátrica en la Región’, promovida pelas Organizações Panamericana e Mundial de Saúde (OPS/OMS), Caracas, proclama a necessidade premente de reestruturação imediata da assistência psiquiátrica pela adequação das legislações dos países de forma que “(...) assegurem o respeito dos direitos humanos e civis dos pacientes mentais e promovam a reorganização dos serviços que garantam o seu cumprimento”. (CRP, 1997: 26) Essa conferência tem como ponto principal demarcar a crescente tendência internacional de superação dos velhos modelos de psiquiatria e reforma psiquiátrica.
O Brasil é signatário dessa Conferência, comprometendo-se com seus objetivos.
Além da Conferência de Caracas, há um outro documento político adotado pela Organização das Nações Unidas: “Princípios para a proteção de pessoas com problemas mentais e para a melhoria das Assistência à Saúde Mental”, que visa assegurar os direitos da pessoa portadora de sofrimento mental, tratando-a, dessa forma, como cidadã.


Os serviços de saúde mental substitutivos ao modelo manicomial
No campo da assistência, a Portaria nº 224, de 29 de janeiro de 1992 do Ministério da Saúde estabelece as diretrizes para o atendimento nos serviços de saúde mental, normatizando vários serviços substitutivos como: atendimento ambulatorial com serviços de saúde mental (unidade básica, centro de saúde e ambulatório), Centros e Núcleos de atenção psicossocial (CAPS/NAPS), Hospital-Dia (HD), Serviço de urgência psiquiátrica em hospital-geral, leito psiquiátrico em hospital-geral, além de definir padrões mínimos para o atendimento nos hospitais psiquiátricos, até que sejam totalmente superados.
A Portaria nº 106, de 11 de fevereiro de 2000(3), cria os Serviços Residenciais Terapêuticos em saúde mental para pacientes de longa permanência em hospitais psiquiátricos.
Além desses serviços, existem os Centros de Convivência, as Cooperativas de Trabalho, dentre e outros criados por municípios. Assim como os outros tipos de serviços substitutivos, eles “... têm garantido a população dos municípios onde se localizam, um atendimento mais humano, sem exclusão e com resolubilidade”. (CRP, 1997: 4)


Conclusão
Assim, os paradigmas da reforma psiquiátrica são sustentados por conferências, documentos e portarias, que versam sobre a substituição progressiva do hospital psiquiátrico por uma rede de atenção integral à saúde mental antimanicomial, sobre o desmonte do aparato jurídico-institucional que legitima a instituição manicomial e o enfrentamento da cultura manicomial, ressignificando a loucura.
É uma luta árdua que enfrenta grandes interesses lucrativos do setor privado e mudanças culturais a cerca da tolerância frente às diferenças do humano, em suas diversas dimensões, e de suas inúmeras relações.

1. São experiências de reformas psiquiátricas como: comunidades terapêuticas, psicoterapia institucional, psiquiatria de setor, psiquiatria preventiva e comunitária, antipsiquiatria, psiquiatria democrática, dentre outras.


2. Como o I e II Encontro de Coordenadores de Saúde Mental da Região Sudeste e I Encontro Estadual de Saúde Mental do Rio de Janeiro.



3. Lei Federal 10.216, assinada dia 6 de abril de 2001.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AMARANTE, P. D. de C., 1994. Psiquiatria social e reforma psiquiátrica. Rio de Janeiro, FIOCRUZ

AMARANTE, P. D. de C., (coordenador), 1995. Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica na Brasil. Rio de Janeiro, FIOCRUZ.

AMARANTE, P. D. de C., 1996. O homem e a serpente: outras história para a loucura e a psiquiatria. Rio de Janeiro, FIOCRUZ.

AROUCA, S. , 1988. A Reforma Sanitária Brasileira. Radis, FIOCRUZ, Tema 11, ano VI, novembro.

BEZERRA, Benilton, 1992. Da verdade à solidariedade: a psicose e os psicóticos, Psiquiatria sem hospícios - contribuições ao estudo da reforma psiquiátrica (Bezerra, B. et al org) Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 41-55.

CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA, 1997. Trancar não é tratar. Liberdade: o melhor remédio. 18 de maio. Dia Nacional da Luta Antimanicomial, São Paulo, CRP/6 ª região.

FEFFERMANN, M et al, 2000. Estudo do Perfil das Potencialidades dos Municípios do Estado de São Paulo para o desenvolvimento e Implantação de Propostas Assistenciais de Atenção em Saúde Mental na Perspectiva da reforma psiquiátrica. São Paulo, projeto do Instituto de Saúde, (não publicado).

MORGADO, A. et al, 1994. Desinstitucionalização: suas bases e a experiência internacional. Jornal brasileiro de psiquiatria, 43, 1, 19-28.

PAIM, J. S., 1998. Descentralização das ações e serviços de saúde no Brasil e a renovação da proposta “saúde para todos”. Rio de Janeiro: UERJ/IMS (Série Estudos em Saúde Coletiva n º 174).

ROTELLI, F. et al, 1992. Reformas Psiquiátricas na Itália e no Brasil: aspectos históricos e metodológicos, Psiquiatria sem hospícios - contribuições ao estudo da reforma psiquiátrica (Bezerra, B. et al orgs) Rio de Janeiro, Relume-Dumará, 41-55.

Autora
Salete Monteiro Amador é psicóloga, graduada pela PUC-SP e aprimorada em Saúde Coletiva pelo Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Atualmente trabalha no CAPS Guaianases, serviço da Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Paulo.
E-mail para contato:salete_psi@yahoo.com.br

Azelene não pode ir a Nova Iorque

Por que Azelene Kring Inácio Kaingang, uma índia kaingang, nascida na Terra Indígena Serrinha, no Rio Grande do Sul, criada lá e também em
 terras indígenas no Paraná, formada em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná, funcionária pública da FUNAI desde 1986, a principal representante indígena brasileira em todo o longo e convoluto processo de elaboração da Declaração Universal dos Direitos dos Povos Indígenas, reconhecida em todo o mundo como uma intelectual indígena lúcida, combativa, corajosa, radical em defesa de seus princípios (que não só unilateralmente indígenas, mas em relação a direitos humanos em geral e ao Brasil em particular), mas capaz de dialogar com contrários e adversários — por que Azelene não pode ir a Nova Iorque?

Sabe por que? Porque a atual direção da FUNAI a proibiu de se ausentar do país, sendo ela funcionária pública lotada no órgão, mesmo sem nenhum custo aos cofres públicos, já que todas suas despesas estariam sendo custeadas pela ONU!
E por que a atual direção da FUNAI a proibiu de se ausentar? Porque Azelene tem luz própria, coragem indomável, lucidez sobre a questão indígena e poderia dizer algo que comprometesse o Governo (ou a FUNAI?) diante da sua péssima posição em relação aos povos indígenas.
Será que Azelene poderia discursar para a ONU e para seus patrícios indígenas do mundo inteiro, no 10º Forum Permanente sobre Assuntos Indígenas, que a Usina Belo Monte está em processo inicial de construção sem que os povos indígenas brasileiros que lá vivem tenham sido devidamente consultados?
Será que Azelene Kaingang poderia chamar atenção para o Brasil de um modo negativo? Será que sua atitude crítica é produto de devaneio, ou, ao contrário, de lucidez e amor aos seus patrícios indígenas e ao Brasil?
O quê, em nome do republicanismo, se não em nome de Deus, poderia Azelene dizer de tão grave sobre o Brasil que tenha merecido a negação da atual direção da FUNAI em conceder-lhe licença para viagem ao exterior?
Nada, nenhuma razão séria, nenhum motivo justifica o ato de negação de licença da viagem dada pelo atual presidente da FUNAI contra Azelene Kaingang. Foi um ato de pura vingança administrativa contra Azelene por ela não se curvar aos desmandos e à irresponsabilidade que tem sido a tônica principal da atual gestão da FUNAI.
Azelene Kring Inácio Kaingang, socióloga, líder indígena brasileira mais reconhecida no mundo, laureada em outros anos com comendas do Ministério da Cultura e da Secretaria de Direitos Humanos, está sendo levianamente discriminada pela atual direção da FUNAI por suas posições claras, combativas, altivas, sensatas e patriotas ao Brasil e aos povos indígenas.
Minha solidariedade indeclinável a Azelene e por extensão a todos os indígenas que estão sendo discriminados e denegridos pela atual gestão da FUNAI.
PS
A FUNAI enviou dois burocratas, sem qualquer vivência entre povos indígenas, para assistir ao 10º Forum Permanente para Assuntos Indígenas, a realizar-se entre hoje, 16 de maio, e 27 de maio. Será que falarão pelos povos indígenas brasileiros?
PS2
Ao mesmo tempo que proibe Azelene de ir à ONU, o Governo brasileiro se defende perante a OEA em relação às recomendações impostas por causa do início da construção de Belo Monte, dizendo que a FUNAI faz uma gestão participativa e cooperativa com os índios e que os consultou devidamente sobre os impactos possíveis em suas terras e suas vidas! É do mais desalmado e arrevezado cinismo! Ver documento no site  http://www.amazonia.org.br/arquivos/384091.pdf

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Informativo do Juntos! Juventude em luta

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CPI na ALEPA Já - Juntos! contra a corrupção na Assembléia Legislativa

Recentemente veio a tona o escândalo de corrupção na Assembléia Legislativa envolvendo ex-parlamentares e funcionários que desviavam o dinheiro público por meio de contratação de funcionários fantasmas, atos secretos, superfaturamento no contracheque, entre outros.

Diante do exposto ocorrerá nesta terça feira (17/05), às 19h, uma reunião em prol da construção de uma frente contra a corrupção da ALEPA. A mesma ocorrerá no SINTSEP-PA (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Paráque fica na Trav. Maurití 2239, Bairro da Pedreira.

Precisamos unir forças para que os culpados sejam presos e devolvam cada centavo aos cofres públicos. Desta forma, fazemos o convite a quem quiser se somar a esta luta.

CPI na ALEPA Já!
Att,
Anderson Castro
Rede Emancipa - movimento social de cursinhos populares

sábado, 14 de maio de 2011

Juntos contra a homofobia - Marinor vai representar contra Bolsonaro

De volta ao Pará, para cumprir agenda do mandato parlamentar, a senadora Marinor Brito, líder do PSOL no Senado Federal, concedeu entrevista coletiva, na manhã desta sexta-feira (13), na sede estadual do SINTEPP (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará), centro de Belém.

Marinor Brito fez um rápido balanço de sua atuação no senado federal e respondeu perguntas da imprensa paraense sobre o episódio da última quinta (12), quando em reunião da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, a senadora se envolveu em uma discussão acalorada com o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). É que os dois estão em lados opostos no debate sobre o projeto (PLC 122/06) que pune a discriminação a homossexuais.

- O deputado Bolsonaro é contra o PLC 122/06, porque ele tem medo de ser preso após a aprovação. Não é de hoje que ele dá declarações ofendendo as pessoas, disse Marinor. Na opinião da senadora, Bolsonaro tem aversão à mulheres.

- Ele já agrediu a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), quando ela era senadora, a então deputada Manoela D’Ávila (PCdoB-RS), a Preta Gil e agora a mim?! Sabe-se lá quantas outras agressões ele já não cometeu contra mulheres, questionou a parlamentar do PSOL, que se sentiu ofendida tanto enquanto mulher quanto em sua condição de senadora de República.

Marinor Brito, afirmou que na semana que vem entrará com uma representação contra o deputado Jair Bolsonaro na Corregedoria da Câmara e no Conselho de Direitos da Pessoa Humana.

- Ontem mesmo eu entrei em contato com o presidente (do Senado) José Sarney. E lhe disse que isso não é comportamento de um deputado federal. Não é condizente com as regras do Congresso Nacional, finalizou.

PSOL denuncia perseguição contra procurador da República que luta pelos povos da Amazônia

O deputado estadual Edmilson Rodrigues usou de seu tempo nesta quinta-feira, 12, na tribuna do plenário da Assembléia Legislativa, para protocolar uma moção de apoio e solidariedade ao Procurador da República, Felício Pontes Junior, e alvo de processo por parte da empresa Norte Energia S.A (NESA).

Na moção, Edmilson parabeniza Felício pela postura que ele apresenta com relação à situação das populações amazônidas e indígenas, especialmente a população que vive à margem do rio Xingu.

Felício é forte apoiador de uma decisão contrária à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e tem firme postura na defesa dos povos do Xingu que estão sendo ameaçados pela construção da usina. O procurador também é autor de vários artigos que falam sobre os processos judiciais envolvendo a usina e os impactos sociais, ambientais, políticos e econômicos do projeto.

Por conta disso, a empresa pediu, através de representação no Conselho Nacional do Ministério Público, o afastamento de Felício das ações envolvendo Belo Monte. A moção protocolada por Edmilson será enviada ao Ministério Público federal (MPF-PA), ao Procurador geral da República, Roberto Gurgel, ao movimento Xingu Vivo Para Sempre, à Ordem dos advogados do Brasil e à Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH).

Dia 29/05, festa popular de aniversário do deputado Edmilson Rodrigues (PSOL)

Aula Inaugural do Emancipa nesta sábado, vem com a gente!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fantasma e Estudantes protestam na ALEPA

Ontem, estudantes da UEPA e UFPA foram à porta da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, mostrar sua indignação perante ao escândalo que vem assolando esta casa.
Vestidos de fantasmas, cantaram palavras de ordens que deixavam claro que querem a abertura de uma CPI, e que os culpado sejam punidos. Além disso, os estudantes distribuíram pizzas para quem passava no local.


" Oh Pioneiro, pode esperar, a CPI vai te pegar!"
" O dinheiro do POVO não é capim, assina logo a CPI. Assina, assina, assina logo a CPI!"
" A CPi incomoda muita gente, ela instalada incomoda muito mais!"

CPI da Alepa, já - "Eu vou à luta com essa juventude que não corre da raia"

ver em: http://somostodosedmilson.blogspot.com/2011/05/cpi-da-alepa-ja-eu-vou-luta-com-essa.html


Att, Anderson Castro

ESTUDANTES CONTRA A CORRUPÇÃO NA ALEPA...

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domingo, 1 de maio de 2011

Nenhum direito a menos no transporte público de Santarém!

por Ib Sales Tapajós (*)

Recentemente os veículos de comunicação de Santarém noticiaram que os empresários do transporte coletivo da cidade negociam com a Prefeitura Municipal de Santarém um reajuste da tarifa de ônibus. Mais uma vez a proposta do reajuste tarifário foi feita na esteira da campanha salarial do Sindicato dos Rodoviários, que este ano pedem 12% de aumento em seus salários, além de outros benefícios.
O Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo de Santarém (SETRANS) alega que só poderá reajustar os salários dos trabalhadores caso o poder público municipal majore o preço da passagem do transporte público coletivo. Além do mais, os empresários alegam que o preço da tarifa de Santarém está defasado, devido à elevação das despesas necessárias à operacionalização do serviço.

Até aí nenhuma novidade. Os empresários sempre usaram esses argumentos em todos os anos que exigiram da prefeitura aumento do valor da passagem de ônibus. Porém, este ano o SETRANS escolheu um novo alvo central: a tarifa paga pelos estudantes de Santarém, atualmente no valor de R$ 0,65.
Vale lembrar que a meia-passagem estudantil foi congelada pela Prefeitura de Santarém em 2008, ano em que a tarifa integral passou de R$ 1,30 para R$ 1,50, sendo mantida a tarifa dos estudantes em R$ 0,65. Em 2009, novamente o preço da passagem aumentou, dessa vez para R$ 1,70, e o preço da tarifa estudantil permaneceu o mesmo.
Longe de representar um “presente” da prefeita Maria do Carmo, o congelamento da meia-passagem dos estudantes significou uma grande conquista do movimento estudantil santareno, que durante vários anos foi às ruas para repudiar os sucessivos reajustes tarifários, decretados pela prefeita sem nenhuma contrapartida na prestação do serviço, isto é, sem nenhuma melhoria efetiva no transporte público do município.

Desta forma, o que este ano os empresários de ônibus tentam derrubar não é pouca coisa: trata-se de uma das principais conquistas alcançadas pelos estudantes na história recente de Santarém.
O congelamento tarifário foi fruto do esforço coletivo de centenas de estudantes, universitários e secundaristas, que se levantaram contra as mazelas de um serviço de transporte extremamente precário, que conta com veículos sucateados, linhas mal-planejadas, frota insuficiente frente à demanda da população, etc. E, o que é pior, um serviço caro, inacessível a uma expressiva parcela do povo santareno, cuja renda por vezes não dá conta de arcar com R$ 1,70 por uma passagem de ônibus.
Sendo assim, é imprescindível que o acesso dos estudantes ao transporte coletivo seja barateado ao máximo, a fim de que possam eles se deslocar com facilidade não apenas para suas escolas/universidades, mas também para estabelecimentos culturais, esportivos, recreativos, tendo em vista a concepção moderna de educação como um processo de formação integral, que não se resume à sala de aula.
Em 2008, os estudantes santarenos conseguiram uma importante, mas limitada vitória. Limitada porque ainda há muito por conquistar. Vários municípios brasileiros já instituíram o passe livre estudantil, a exemplo de Brasília (DF), Suzano (SP) e Vitória (ES).
No ano de 2005, os estudantes de Florianópolis (SC), protagonistas da famosa Revolta da Catraca, conquistaram o direito ao passe livre, que posteriormente foi negado em virtude de uma manobra dos vereadores. Mesmo assim, o Movimento Passe Livre (MPL) seguiu firme em Florianópolis e em vários outros municípios, como Porto Alegre, São Paulo e Salvador.
Em Santarém, o movimento estudantil deve levantar decididamente a bandeira do passe livre, para que todos os estudantes deste município tenham acesso garantido ao transporte coletivo, sem que isso comprometa a sua renda familiar.
Sendo assim, a proposta dos empresários de ônibus de Santarém de cancelar o congelamento da meia-estudantil reveste-se de um caráter claramente reacionário, porquanto visa retroceder em conquistas sociais alcançadas por intermédio da luta histórica dos estudantes santarenos.
Nossa entidade, a UES, foi parte fundamental do processo de luta que culminou no congelamento da meia-passagem. Não aceitaremos qualquer ataque ao nosso direito historicamente conquistado. Voltaremos com força às ruas para barrar esse indicativo de aumento da tarifa de ônibus. Contaremos para isso com estudantes (universitários e secundaristas), sindicatos, associações de moradores, movimentos sociais e todos aqueles que não querem ver a história andar para trás.
Nenhum direito a menos! Às ruas, estudantes de Santarém!

* É coordenador geral da União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém (UES)